O secretário-geral da Igreja dos Irmãos fala contra a retórica antimuçulmana


Secretário geral da Igreja dos Irmãos Stanley J. Noffsinger emitiu uma declaração contra a atual escalada de retórica que busca demonizar os muçulmanos. Citando os mandamentos de Jesus de amar a Deus e amar o próximo como a si mesmo, e a parábola do Bom Samaritano, a declaração também chama os membros da igreja a revisitarem partes da declaração da Conferência Anual de 1991 “Pazmaking: The Call of God's Peace in History” que direciona a igreja para “explorar avenidas de diálogo inter-religioso que levem a uma expressão visível do plano de Deus para a unidade humana”.

A declaração segue na íntegra abaixo, com uma versão em vídeo mais curta disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Ymd5uQ6b9kg.

 

Declaração do secretário-geral contra a retórica anti-muçulmana

Nossa nação está lutando para responder à violência e ao terrorismo em Paris, Líbano, Síria, Nigéria e outros lugares. No entanto, estou preocupado com a retórica odiosa que procura demonizar vizinhos e amigos muçulmanos. Mais profundamente preocupante é que as palavras de ódio e demonização estão surgindo entre os cristãos.

Ao longo dos Evangelhos, Jesus nos implora para “amar o Senhor seu Deus” e “amar o próximo como a si mesmo”. Em Lucas, no entanto, um estudioso da lei pressiona Jesus ainda mais, perguntando: “E quem é o meu próximo?” (Lucas 10:29). A resposta de Jesus é a parábola do Bom Samaritano. Um sacerdote e um levita ignoram um moribundo na estrada para Jericó, mas um samaritano – um pária cultural e religioso – para, enfaixa as feridas do moribundo e encontra abrigo para a noite.

Igualar a ideologia islâmica radical com a fé que os muçulmanos deturpam e confundem a mensagem de Cristo com medo. Devemos resistir às tentações que o medo provoca, mantendo firme a fé no poder redentor de Cristo. O sofrimento não conhece religião.

À medida que o conflito na Síria aumenta, nossa misericórdia e compaixão não podem ser seletivas. Recusar-se a ajudar aqueles que fogem da violência e da injustiça, especialmente com base na religião, nos compara ao sacerdote e ao levita que ignorou o moribundo no caminho de Jericó. Ceder a palavras que rebaixam os muçulmanos trai nossa crença de que todos são filhos de Deus.

Em 1991, a Conferência Anual da Igreja dos Irmãos relançou um apelo pela paz entre as pessoas de todas as religiões no “Peacemaking: The Call of God's People in History”. Afirma em parte:

“Portanto, a Igreja deve:

uma. iniciar e participar de esforços para superar conflitos e diferenças dentro da família cristã;
b. trabalhar com os de outras denominações, nações e religiões no interesse da paz, mantendo nosso testemunho cristão e proclamando o amor de Deus por toda a humanidade;
c. envolver-se na criação e apoio de esforços ecumênicos, cooperativos e de coalizão na pacificação;
d. fornecer materiais informativos e educacionais para ajudar a uma melhor compreensão e amor de pessoas de outras religiões e tradições de fé;
e. explorar caminhos de diálogo inter-religioso que levem a uma expressão visível do plano de Deus para a unidade humana”.

Por fim, uma palavra de esperança. “Deus ainda deseja integridade e unidade para o povo de Deus.”

Jeremias escreve: “Eu cumprirei com você minha promessa e o trarei de volta a este lugar. Pois eu conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de bem-estar (shalom) e não de mal, para dar-lhes um futuro e uma esperança” (Jr. 29:10-11).

 

— Encontre a declaração completa da Conferência Anual de 1991 sobre pacificação em www.brethren.org/ac/statements/1991peacemaking.html .

 


 

[gt-link lang="en" label="English" widget_look="flags_name"]