Conselhos de Igrejas dos EUA e Cuba emitem Declaração Conjunta

Na esteira do anúncio da última quarta-feira das intenções do presidente Obama de normalizar as relações diplomáticas com Cuba, o que encerraria meio século de impasse político entre as duas nações, o Conselho Nacional de Igrejas de Cristo nos EUA (NCC) e o Conselho Cubano de As igrejas emitiram uma declaração conjunta expressando “grande alegria e celebração”.

A seguir está a declaração completa, conforme publicado em um comunicado de imprensa do NCC:

“Este novo clima criado na adoção destas decisões, nos plantea nuevos desafíos a nosso Conselho e suas instituições miembros, para a ação pastoral para intensificar o espírito de reconciliação e a amizade entre os nossos povos. Nós continuamos trabalhando e celebrando junto a nuestros hermanos y hermanas nos Estados Unidos fazendo possíveis mudanças necessárias que favorezcan a nuestros pueblos.”

“Este novo ambiente como resultado dos recentes acontecimentos nos coloca – como Conselho de Igrejas de Cuba e suas instituições membros – com novos desafios para a ação pastoral a fim de fortalecer o espírito de amizade e reconciliação entre nossos dois povos. Continuaremos celebrando e trabalhando com nossos irmãos e irmãs nos Estados Unidos para tornar possível a mudança em favor de nosso povo”.
–Presidente Joel Dopico, Conselho Cubano de Igrejas

É com grande alegria e celebração que nós, o Conselho Nacional de Igrejas de Cristo nos EUA, e o Conselho de Igrejas de Cuba, nos unimos para expressar nossos agradecimentos a Deus, Aquele que inspirou o escritor do livro do Apocalipse a declarar : “Eis que faço novas todas as coisas”.

Neste novo dia de cooperação e abertura entre os Estados Unidos e Cuba, refletimos sobre os tempos em que nossos conselhos trabalharam juntos com graça e esperança, buscando um futuro no qual os líderes de nossas nações possam se unir para acolher uns aos outros como nós. Estamos satisfeitos que nossas igrejas tenham desempenhado um papel na liderança do caminho para os eventos desta semana. Agradecemos também o testemunho daqueles que trabalham incansavelmente pela reconciliação, especialmente hoje pelo Papa Francisco, que, em nome de Cristo, exortou nossos governos a começar a normalizar as relações.

Ao celebrarmos as mudanças que começaram, reconhecemos que ainda há muito a ser feito. Conclamamos as igrejas de nossas duas nações a se unirem em unidade e harmonia, enquanto exortamos os líderes de nossas nações a terminarem o trabalho de normalização.

Apelamos ao Congresso dos EUA para levantar o embargo económico em vigor há mais de cinquenta anos.

Instamos o governo cubano a tomar medidas para ajudar a facilitar o intercâmbio comercial, cultural e geral.

Louvamos o levantamento das restrições às viagens religiosas e acadêmicas a Cuba, mas também pedimos aos nossos respectivos governos que acabem com todas as restrições às viagens entre nossos dois países. Acreditamos que isso oferecerá a maior possibilidade de reconciliação e intercâmbio cultural entre nosso povo.

Pedimos ao governo dos Estados Unidos que retire Cuba de sua lista de países que acredita-se apoiar o terrorismo.

Instamos nossas igrejas, governos e grupos comunitários a facilitar a cura das divisões que se endureceram nos últimos 50 anos.

Comprometemo-nos a trabalhar através de nossas igrejas pela reconciliação e cura da dor causada por tantos anos de separação e confronto.

Nesta época de luz, celebrada tanto no Advento quanto no Hanukkah, nos comprometemos a continuar acendendo as chamas da esperança e esperamos um futuro melhor para todas as pessoas, este dia para o povo dos Estados Unidos e Cuba.

— Steven D. Martin da equipe de comunicação do Conselho Nacional de Igrejas forneceu este comunicado. Desde sua fundação em 1950, o Conselho Nacional das Igrejas de Cristo nos EUA tem sido a força principal para o testemunho ecumênico compartilhado entre os cristãos nos Estados Unidos. As 37 comunhões de membros do NCC – de um amplo espectro de igrejas protestantes, anglicanas, ortodoxas, evangélicas, afro-americanas históricas e da Living Peace – incluem 45 milhões de pessoas em mais de 100,000 congregações locais em comunidades em todo o país.

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