Há aquele momento entre o momento em que você
abra bem os olhos e o sopro de ar
faz você se encolher ou
aquele segundo antes de seu dedo ser picado.
Tem aquela hora no porão do vizinho depois
a sirene do tornado que perfurou sua soneca.
Há aquela semana entre
o teste de laboratório e o telefonema.
Há aquela vigília de cabeceira depois
sua respiração fica mais lenta e
o tempo está parado.
Esses tipos de espera nós conhecemos.
Mas não esta espera
estendeu-se por milhas e montanhas
porque não podemos dizer para onde o horizonte muda
ou o que está além dessa linha borrada.
Juntos e separados tendemos
nossos pensamentos ansiosos—
passarinhos que devem ser alimentados
antes que eles possam voar para longe—
esperando por misericórdia e talvez
dando misericórdia também.
Um fogo consome o familiar e
nós esperamos
para brotos de vida verde
cru e tenro.
Nós amaremos aquele solo sagrado com
uma ferocidade que não sabíamos que tínhamos.