Da editora | 16 de maio de 2018

A rede antissocial

Foto de Tracy Le Blanc

No ano passado, dois de nós no Messenger equipe editorial conduziu um workshop sobre notícias falsas. Ao listar dicas sobre como ficar mais seguro online, mencionei as táticas da Cambridge Analytica. Não responda a nenhum desses questionários no Facebook, eu disse.

Isso foi um choque para muitas das pessoas na sala. Esses questionários parecem uma diversão inofensiva. Quem não gostaria de aprender mais sobre suas características psicológicas?

No final de 2016, a Cambridge Analytica estava começando a ser notícia por seu marketing paralelo para indivíduos. A partir de apenas alguns pontos de dados sobre um indivíduo, a empresa conseguiu extrapolar muitas informações. A partir daí, a empresa poderia atingir o indivíduo com “dark posts”, anúncios online personalizados para manipular e influenciar o destinatário. Por exemplo, uma pessoa marcada pelo neuroticismo receberia um anúncio com uma imagem ameaçadora.

O que me surpreendeu foi a maneira como essa empresa pouco conhecida conseguiu influenciar as principais atividades políticas nos EUA e no Reino Unido. O que não me surpreendeu foi a fonte dos dados valiosos: Facebook.

O Facebook sabe o que você pesquisou na Internet, quanto tempo duraram suas conversas telefônicas e quais 10 álbuns mudaram sua vida. Ele sabe tudo o que você contou, tudo o que seus amigos contaram e tudo o que você não contou diretamente, mas sem querer permitiu que ele soubesse. O uso do Facebook é gratuito, o que significa que o produto valioso que está sendo vendido somos nós.

E quanto ao Página do Facebook da Igreja dos Irmãos? Quaisquer que sejam as dúvidas sobre o Facebook, você pode ter certeza de que o uso da rede social pela igreja é para o bem. A equipe de comunicação publica no Facebook para relatar notícias, compartilhar artigos, levantar orações, observar dias importantes no ano da igreja e, em geral, manter a família da igreja conectada. Não temos tempo ou inclinação para procurar informações questionáveis ​​sobre nossos leitores.

Mas algumas coisas sabemos: as histórias que tiveram mais engajamento nas últimas semanas foram sobre tiroteios em escolas e a resposta da igreja. Os leitores também comemoraram a notícia da libertação de meninas sequestradas na Nigéria. E nos últimos meses, a postagem mais popular de longe foi a mensagem de Natal em 24 de dezembro, que alcançou mais de 23,000 pessoas e obteve 2,232 curtidas, comentários e compartilhamentos.

Ou seja, essa ferramenta da rede social ainda pode ser um canal de boas notícias. Mas sejamos sábios como as serpentes. Vamos nos conscientizar de que a ingenuidade coletiva sobre nossas atividades online tem sérias consequências no mundo real.

Wendy McFadden é editora da Brethren Press and Communications for the Church of the Brethren.